Clio é a musa da história e da criatividade, aquela que divulga e celebra as realizações. É madrinha das relações políticas tanto entre homens quanto entre nações traz na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro. Já o 21 refere-se ao nosso século, como um referencial temporal.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Um poema ao leitor

Ao leitor



A tolice, o pecado, o logro, a mesquinhez 
Habitam nosso corpo e o espírito viciam, 
E adoráveis remorsos sempre nos saciam, 
Como o mendigo exibe a sua sordidez. 

Fiéis ao pecado, a contrição nos amordaça; 
Impomos alto preço à infâmia confessada, 
E alegres retornamos à lodosa estrada, 
Na ilusão de que o pranto as nódoas nos desfaça. 

Na almofada do mal é Satã Trismegisto 
Quem docemente nosso espírito consola, 
E o metal puro da vontade estão se evoca 
Por obra deste sábio que age sem ser visto. 

É o diabo que nos move e até nos manuseia! 
Em tudo que repugna, uma jóia encontramos; 
Dia após dia, para o Inferno caminhamos, 
Sem medo algum, dentro da treva que nauseia. 

Assim como um voraz devasso beija e suga 
O seio murcho que lhe oferta uma vadia, 
Furtamos ao acaso uma carícia esguia 
Para espremê-la qual laranja que se enruga. 


Espesso, a fervilhar, qual um milhão de helmintos, 
Em nosso crânio um povo de demônios cresce, 
E, ao respirarmos, aos pulmões a morte desce, 
Rio invisível, com lamentos indistintos. 

Se o veneno, a paixão, o estupro, a punhalada 
Não bordaram ainda com desenhos finos 
A trama vã de nossos míseros destinos, 
É que nossa alma arriscou pouco ou quase nada. 

Em meio às hienas, às serpentes, aos chacais, 
Aos símios, escorpiões, abutres e panteras, 
Aos monstros ululantes e às viscosas feras, 
No lodaçal de nossos vício ancestrais, 

Um há mais feio, mais iníquo, mais imundo! 
Sem grandes gestos ou sequer lançar um grito, 
Da Terra, por prazer, faria um só detrito 
E num bocejo imenso engoliria o mundo; 

É o Tédio! - O olhar esquivo à mínima emoção, 
Com patíbulos sonha, ao cachimbo agarrado. 
Tu o conheces, leitor, ao monstro delicado 
- Hipócrita leitor, meu igual, meu irmão. 
              - Charles Baudelaire
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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Uma post qualquer para teste

HUMANIDADE



Até quando a humanidade vai durar? Não digo até quando o último humano irá permanecer em vida, mas até quando existirá a humanidade? Onde está o afeto? Por que queremos sempre mais capital e coisas materiais mesmo sabendo que não valem nada? O Dinheiro trás felicidade? Para quê? Para quem? Sinto medo. Me pego pensando inúmeras vezes em onde vamos parar. Até quando amaremos uns aos outros? Aliás, será que amamos?

A bola azul que gira entorno do sol... A bola que se afoga a cada vez mais em seu próprio buraco, mas, ninguém até hoje soube dizer: Por quê? Talvez os humanos sejam um erro. Tenho certeza que não só eu, mas todos nós já pensamos qual a razão da nossa existência como "ser vivo", mas alguém tem a resposta?


A vida nos ensina a cada dia que devemos seguir, superar dificuldades e chegar à metas que futuramente não te levarão a nada. E dai que você pode ter todo dinheiro do mundo, e, nos leitos de tua morte, quando pensar em tudo que vez, relembrar uma vida infeliz. Uma vida morta por seguir um canudo imposto a ti, sem menos ao perguntar se está apto para isso.


Não fomos nós quem fizemos isso acontecer. A infelicidade está na raiz dos seres vivos. Responda-me, qual a necessidade de haverem seres que para viver devem matar outros seres? Por que "Deus" faria isso? Já nascemos sabendo que morreremos, e não acho isso ruim. A morte é vida, como já diziam "Morrer é o livramento da alma", mas se estamos predestinados, qual a necessidade de viver?


Não entenda-me errado, não quero que se mate. Remamos destemidos essa jornada em busca de algo, alguém, que seja, mas talvez esse seja o sentido de viver!? Você estar sempre procurando algo, seja inútil ou não. Pois então continue! Não sejamos como os tolos que desistem sem ao menos tentar. Vivas uma vida que quando ouvir teu canto de morte, possa lembrar de tudo, sorrir e morrer sabendo que tua parte está feita e que "o sonho acordou". Talvez assim um dia descobriremos as respostas que procuramos e poderemos abandonar essa bola azul em paz.
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